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Imagem: Galeria wix
Por Cicero Pereira Leite
Não importa de como nem por que ela acontece, ela é uma vergonha para uma raça que se diz superior aos demais animais da natureza. Olhar o passado humano é vislumbrar boquiaberto e em seguida ficar perplexo diante dos horrores cometidos e ainda hoje presentes, nas fotografias expondo rostos que dizem saber que o fim está próximo. Por ver o mundo exaurir-se em sua frente, diante de seus olhos e dos que os observam as imagens que muitas vezes chegam através da mídia, sejam as gravadas há décadas atrás, sejam transmissão ao vivo, é prova de que o que o mundo tem sentido falta daquele sentimento chamado amor fraterno.
A igualdade e a liberdade que muitas vezes são supostamente buscadas através do derramamento de sangue é aprova contundente, verídica de que a mente humana que projeta a paz a arquiteta pelo sangue jorrado da guerra. Não é apenas um tiro, um estupro que destrói a vida de vítimas inocentes numa guerra, são também a vergonha e o respeito ao próximo que morrem na sede insaciável de gozar em todos os sentidos do prazer de destruir uma vida. Vida eliminada por mãos que juraram defender até a morte o direito de tirar a vida de outros, por não reconhecer noutros o ser humano, mas sim, um inimigo.
Não é uma criança que morre na guerra que se apaga sua humanidade, mas a humanidade apagada de uma criança morta em todas as demais. O assassinato que religiões ou seitas produzem em nome de um fundamentalismo cego, em como as disputas por domínio de trafico de drogas, a corrupção de governantes e a sua busca excessiva pelo poder custe o que custar, a mesquinhez de quem nega um pedaço de pão a uma criança que passa fome, a ausência familiar na criação de filhos, a rebeldia de jovens por não terem perspectivas de vida nem famílias que as ajudem a encontrá-la, entre tantos outros fatores, são guerras em pequena escala, que desembocam em guerra social, e evolui aos pouco para guerras intercontinentais.
Não importa o meio pelo qual ou a forma como descrevemos uma guerra, ela é uma vergonha. E o que mais impressiona é ver jovens perderem suas vidas enquanto presidentes acolchoados em suas poltronas riem, em particular, choram em público, e completam com um hipócrita e egoísta, eu lamento. Percebe-se que é fácil obrigar uma nação jovem a matar crianças por força da lei. A destruírem museus por força da lei. A massacrarem comunidades indefesas por causa da lei. Lei que não passa de uma farça, de uma ludibriadora da mente de populações mundiais, enganadora da inteligência menos aguçada, de aproveitadora e oportunista para realizar nada mais que só desígnios de seus idealizadores. Assassinar em nome da lei é dizer que a lei é a grande culpada aliada a certas religiões e intolerância religiosa.
O mundo precisa rever seus conceitos, suas ideias, seus valores, rever suas leis que permitem guerras ou que as ocasionam no desejo iminente e insaciável de realizá-las. É dever de cada ser humano, seja de qualquer continente, seja de qualquer seita ou religião, buscar a paz, abandonar o que mais deseja e viver no que mais lhe apraz o coração. A paz, que não se resume a viver sem algum conflito, mas que permite resolver os conflitos, pelo diálogo, pela tolerância, pela convivência pacífica, pelo outro e pelo eu que nasceu do bem, que deve voltar para o bem, mas que antes tem que fazer acontecer à paz.
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