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Os necessitados da política

Foto do escritor: Cícero Pereira LeiteCícero Pereira Leite

O povo necessita e muito de políticas públicas para poderem, não viver e sim sobreviverem.


Por Cícero Pereira Leite


Imagem: galeria Wix


A hora de, ao modo popular, repensar o que foi e não foi realizado, e o não realizado que é o mais preocupante e o que mais possibilidades há de ter sido feito, chegou. Os candidatos aos cargos de executivo e legislativo pensam em suas reuniões públicas, abertas muitas vezes apenas para os seus aliados, nas formas de como se elegerem ou se reelegerem ou elegerem aqueles que o garantirão o mesmo patamar de vida que possuem lavando de forma escabrosa suas falácias ao modo mais complexo para confundir as mentes daqueles que, por inocência do processo democrático vêem nas promessas repetidas e remaqueadas a esperança de melhoria, que com certeza só virá depois de muitos anos, pra não dizer até mesmo décadas, isso quando vem, sem contar que às vezes vem e consome recursos e mais recursos financeiros e a paciência de muitos.


E isso ocorre porque cada vez que se inicia o período eleitoral as pessoas veem renovada a esperança de melhorar sua situação social e econômica bem como ver essas realizações expandidas para o coletivo, e são ações públicas básicas como pavimentação, saneamento básico, iluminação pública entre outras, que embora sejam além das promessas de crescimento e emprego, garantias da Constituição da República Federativa do Brasil ou popularmente conhecida como Constituição Federal, e que se repetem nas constituições estaduais e nas leis orgânicas municipais, e figuram vez por outra como papel timbrado, impresso e impraticável até que o período eleitoral se aproxime e é aí que tudo se modifica. Algumas propostas começam a se desdobrarem em obras parciais para ludibriarem a mente curta daqueles que por tão pouco esquecem o sofrimento comunitário que passou durante quase meia década.


O povo necessita e muito de políticas públicas para poderem, não viver e sim sobreviverem. Precisam e muito, de emprego, de melhorias nas vias de dentro da cidade, de acesso à zona rural e as cidades circunvizinhas, de água encanada de qualidade, esgoto com tratamento, médicos, hospitais equipados, escolas e salas de aula com espaço e qualidade de corpo docente para garantirem uma boa aprendizagem a partir do bom ensino, professores com remuneração adequada à relevância social do exercício de sua função, entre outras. É por almejarem ver as políticas públicas realizadas nessas e noutras áreas que os eleitores buscam outorgar seu direito de governarem a si mesmos ao Estado. Este que com poder esfacelado num ou vários grupos democráticos, que muitas vezes findam por se transformarem em oligarquias e monarquias ao modo contemporâneo onde se legisla levando em considerações muitas vezes, os interesses pessoais, onde se decreta muitas vezes a execução de leis um tanto particulares, e a neutralidade social por ser muito acentuada na maioria das vezes e dos casos não percebem, e quando percebe tem a consciência do tipo que é problema deles, não meu. Ignorância esclarecida que favorece a corrupção e a propagação da ideologia do por isso não gostar de política ou que político é tudo igual.


Em casos como esses, a ação das pessoas deveria ser outra, a de indignação, pois quem governa, governa em meu nome, quem elabora leis, as faz em meu nome, não em benefício próprio ou de interesses particulares,


assim como um juiz não julga em seu nome, mas sim, em cumprimento da virtude da lei. Um juiz não está acima da lei, está para que ela seja aplicada com todo seu rigor e até "maleabilidade" como vemos em alguns casos. Aqueles que governam em quaisquer das instâncias, está para fazer o que designação o ordena, não apenas criar leis por criá-las, mas leis que satisfaçam as necessidades sociais melhorando a qualidade de vida, fazendo com que elas saiam do papel e sejam aplicadas.


Falta ao povo antes de atacar a pessoa de candidatos, embora estes o façam sempre antes do povo, analisar, comparar os projetos políticos declarados que seriam cumpridos e não foram e que prefiguram em campanhas como sendo inéditos e o povo embriagado no êxtase da ignorância política aplaudem e dizem que é essa a pessoa que mudará o lugar, será? Não se sabe, é uma esperança de quem necessita das políticas públicas para, como disse, sobreviver.


Claro que tudo tem dois lados, e o outro é a de alguns políticos que precisam manter sua hipocrisia e maquiavélica, no sentido pejorativo desta palavra, maneira de permanecer no poder por vários motivos, o de ter as regalias políticas pagas com o dinheiro público, que como todo funcionário público é pago pelo povo; outro é o de poder beneficiar parentes, claro que para isso a lei do nepotismo criou barreiras, mas a realidade de alguns que governam é esta, o benefício próprio. Tem também a hora das ajudinhas, que podem algum dia vir a acontecer e que acontecendo consideraria interferência gravíssima na execução das leis, a de quando há prisões “indevidas” e o político querendo demonstrar um poder que o povo não o outorgou, gentilmente poderia pedir que o detido fosse liberto, o que gentilmente os encarregados poderiam atender, claro que acontecimentos como este penso que não acontecem, mas o principal é isto: acontecendo algum dia, deturpariam o bom cumprimento da lei dando espaço para a insegurança e descrédito, retirando a autoridade de quem é encarregado de cumprir o que o legislador elaborou e o que o executivo sancionou em nome do coletivo.


Mais um problema que aqueles que necessitam da política enfrentam é quanto ao poder divino. Alguns acreditam que com a ajuda de Deus chegarão ao poder. Pobre fé, que os e nos engana, pois não é concebível que Deus em sua bondade e igualdade de tratamento para com os seus e suas beneficiasse uns em prejuízo de outros. Infelizmente, devemos compreender que ao modo que cremos, Deus não tem partido político, o homem que é um animal político o envolve sem sua permissão. Aliás, nunca ouvi dizer que Deus beneficiasse qualquer eleição política, apenas as conhecidas eleições divinas (sacerdócio religioso). Vamos crer que Deus beneficia a todos e todas, desde que os beneficiados saibam usufruir dignamente dos benefícios para ajudar o próximo independente de que lado provavelmente esteja.


É possível discorrer vários outros motivos pelos quais notamos a dependência de todos da política como bem comum, dos que acreditam nas propostas governamentais, as famosas promessas, de que verão as melhorias em seu lugar, seja o estado nacional ou o município e também dos que maquiados de políticos corretos precisam da política como está para se realizarem entre outras coisas as que foram citadas. E fica a pergunta cuja resposta em parte já foi dada, quem será que necessita mais da política enquanto ação para e com todos? Cabe a nós neste tempo, pensar e repensar as atitudes que se sucederão após digitar os números dos candidatos e teclar no final confirma, para evitar que o fim que aparece na urna eletrônica, seja o fim do processo democrático, mas do contrário, se torne a confirmação da vontade de ver, e verem, realizadas as políticas públicas e não as particulares, afinal, a política como bem comum deve ser pensada coletivamente, feita por todos e para todos.

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